segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Dia 4: Reencontros

     A noite estava sendo longa, a imagem da Tomoko levando aquele tiro não saía da minha cabeça. Resolvi então me levantar e fazer a ronda. O hotel se tornou uma ideia inviável, várias criaturas estavam ocupando o hall de entrada, então desistimos e partimos para uma pequena loja de ferramentas que se encontrava um pouco mais à frente. A porta mostrava sinais de arrombamento, ''alguém já havia passado por aqui'' pensei, mas a gente não tinha muito tempo, então entramos, e para nossa sorte, não encontramos ninguém.
No momento em que decidi fazer a ronda, Elisa havia acabado de pegar no sono, não quis acorda-la, imagino que a noite dela estava sendo tão ruim quanto a minha. Senti minha perna doer novamente, era uma dor lancinante, mas eu não podia ficar ali sentado, não tinha como confiar que ninguém entraria. Quando passei pelo balcão ouvi um barulho na porta, e o que era um ruído logo se tornou em uma conversa. Ouvi claramente duas vozes femininas, uma adulta e uma criança.
Recuei da forma mais silenciosa possível e acordei a Elisa. Assim que ela abriu o olhos e tapei a sua boca com uma das mãos e com a outra pedi para que fizesse silêncio. Ela se levantou vagarosamente e começou a prestar atenção no diálogo que vinha da porta.

- Aqui seria um bom lugar para a gente se esconder essa noite. Disse a mulher.

- Mas você disse que iria me ajudar a encontrar minha irmã! Respondeu a garota. 

     Naquele momento eu vi os olhos da Elisa lacrimejarem, ela se levantou e saiu em disparada em direção a porta, mas quando se aproximou ela hesitou por um momento e disse:

- Lauren, é você?

     E então se fez silêncio por um breve momento. Logo após veio a resposta

- Elisa? indagou a criança.

      Não havia mais dúvidas, Elisa então libera a passagem que havíamos colocado para que ninguém conseguisse passar sem que notássemos. Uma garotinha entra a toda velocidade e para por um momento, seus olhos cheios de lágrimas, e então corre para abraçar a irmã que procurara por alguns dias. Porém logo atrás dele entrou a mulher, com uma mochila nas costas e empunhando uma pistola. Ergui minha arma e apontei pra ela, mas minha cabeça começou a pesar, minha visão estava ficando turva, senti meu corpo se desequilibrar. Esbarrei  em algumas prateleiras e derrubei algumas ferramentas no chão. Ouvi Elisa me chamar, mas tudo estava muito longe, meus olhos aos poucos foram se fechando, e tudo o que pensei foi ''quem é essa mulher?''

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Dia 3 : Descisões

...corremos por muito tempo e não conseguíamos encontrar um local seguro até que ao longe avistamos uma pequena garota atravessando a rua enquanto se esquivava daquelas criaturas.
       Em um ato de desespero, Elisa sai correndo em sua direção pensando que fosse sua irmã, eu não podia gritar,afinal havia muitos deles por ali. Corri atrás dela, porém já estava longe, não consegui alcança - la antes que ela virasse na esquina. Quando cheguei na rua na qual Elisa havia virado eu tive uma surpresa, elas não se encontravam ali. Permaneci escondido por um tempo, olhando para todos os lados para tentar encontrar algum sinal das duas, nesse momento só conseguia pensar em uma coisa : foram pegas. Resolvo então sair do meu esconderijo quando de repente ouço uma voz dizendo bem baixinho : aqui,vem logo.
       Segui a voz e então uma mão me puxa para dentro de uma farmácia que se localizava mais à frente, era a Elisa e sua nova companheira, a pequena Tomoko. Uma garotinha de aproximadamente dez anos, usava um vestido azul, com um laço na cintura, suas sapatilhas eram pretas e suas meias brancas iam até os joelhos, a garota devia estar de viajem com os pais pois ela era japonesa e não conhecia nenhum outro idioma. Elisa e eu passamos alguns minutos decidindo como iríamos agir agora já que Tomoko estava com a gente e não tínhamos ideia de onde ir dali. Algum tempo depois, após muito discutirmos, decidimos por manter o plano original e buscar a irmã de Elisa.
      Aproveitei o fato de estar em uma farmácia e peguei um remédio para minha perna machucada, afinal de contas, tudo que eu menos precisava era de uma ferida infeccionada. Peguei então a pequena garrafa de whiski que se encontrava no bolso de minha jaqueta e bebi um pouco.
    Então saímos da farmácia, com a arma em mãos eu fui na frente, Tomoko estava logo atrás de mim e na nossa retaguarda, se encontrava a Elisa.A garotinha estava muito assustada, o que já era de se esperar de uma criança da sua idade. Conseguimos avançar bastante, então quando estávamos prestes à entrar em um hotel que estava logo em frente, Tomoko sai em disparada gritando coisas que não consegui compreender, já que ela fala em japonês. Corremos atrás dela logo notamos que ela havia encontrado seus pais, o pai dela já tinha se tornado um deles e sua mãe estava caída no chão. Quando nos aproximamos, tudo o que eu ouvi foi: Por favor, me mate, por favor. Como tirar a vida de uma pessoa? Ainda mais quando sua filha está olhando, eu não podia, não iria conseguir fazer aquilo quando de repente sinto alguém tomando a arma da minha mão, Elisa atira, sem nem mesmo pensar e logo em seguida atira em Tomoko. Eu fico ali parado, sem saber o que dizer, tudo que passava pela minha cabeça era: por quê? Elisa então se aproxima e diz - Sinto muito,mas precisava ser feito, a garota não tinha mais ninguém e se você não tem ninguém, não encontra motivos para sobreviver.
  Então pensei comigo mesmo, porque eu estava lutando? Qual era o motivo para eu passar tudo aquilo? Não concordo com o que Elisa disse, não devemos viver em função de outras pessoas e sim por nós mesmos, devemos ser fortes porque queremos ser fortes, mas naquele momento, naquela noite, eu não pensava assim...

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Dia 2 - Pior impossível...ou não.

...quando a encontrei, ela estava trêmula, mal conseguia segurar sua faca que já estava suja de sangue. Perguntei seu nome e ela balbuciou algumas sílabas que não pude compreender, pergunto mais uma vez e agora em sua segunda tentativa ela consegue soltar uma palavra completa..."Elisa". Ela parecia ter pouco mais de dezoito anos de idade, estava toda suja e com alguns machucados o que me sugeriu que, assim como eu, ela lutara muito para permanecer viva até agora. Começo a conversar com ela para que possa perceber que não sou um "deles" e logo ela se tranquiliza. Agora sentados um de frente para o outro começamos a nos conhecer melhor. Contei para ela minha história e logo ela começou a me contar a sua.

"Estávamos todos reunidos como de costume na casa de minha avó, meus pais e minha irmãzinha, sentados a mesa prontos para a refeição, quando de repente se anuncia na TV sobre um acidente não muito longe dali, como meu pai era bombeiro e um bombeiro dos bons, logo quis ir prestar ajuda...(nesse momento seu olhos começam a lacrimejar, mas ela continua)...minha mãe insistiu para que ele não fosse, mas meu pai sempre fora muito prestativo e não poderia deixar de ajudar e essa foi a última vez que o vi...pelo menos que o vi com vida.
     Uma hora havia se passado desde que ele saiu e minha mãe começara a ficar preocupada, então nós ouvimos um barulho na porta e todos corremos para receber meu pai, pois só podia ser ele, minha mãe abriu a porta e logo soltou um grito de dor quando aquela coisa que eu não podia mais chamar de pai agarrou seu braço e com uma mordida arrancou um pedaço de carne dele. Minha avó ficou em estado de choque, mas logo se recuperou e tentou ajudar minha mãe, foi em vão, pois ela também foi mordida por aquele verme nojento.
     A única coisa que preocupara naquele momento era tirar a minha irmã daquela casa, peguei em seu braço e corri para a porta dos fundos, ao passar pela cozinha peguei a faca e então saímos, talvez tenha sido a coisa mais estúpida que eu tenha feito na vida, mas se ficássemos, talvez nem estaria viva. A rua estava cheia dessas coisas. Corri com minha irmã sem saber para onde ir, ficamos sem saída, nos vimos cercadas, então eu notei uma pequena abertura na parede e pedi para que ela entrasse, afinal eu não cabia lá, disse que voltaria para busca-la, ela chorou não queria, mas viu que não havia outra maneira. Assim que ela entrou, eu corri para bem longe chamando a atenção daquelas criaturas e por fim eu parei aqui."

Depois de ouvir sua história, perguntei se ela não iria atrás de sua irmã, ela disse que sim e então decidi ajuda-la, pois a situação não poderia ficar pior...nesse exato memento nós ouvimos eles entrarem porta a dentro, corremos para a saída, quase fomos pegos mas conseguimos fugir, agora só nos resta saber por quanto tempo ainda teremos de viver assim...

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

No início

Eu já não sabia mais para onde correr, eles estavam por toda a parte e todos meus suprimentos haviam se esgotado.
     Atravessei a rua o mais rápido que consegui, minha perna estava ferida e doía muito, me cortara em um pedaço de vidro enquanto fugia desses malditos comedores de cérebro. Entrei em um pequeno bar para ver se encontrava alguma coisa que me pudesse ser útil, e para minha surpresa não havia nenhum deles lá dentro. Caminhei até o balcão, estava uma enorme bagunça, todo sujo de bebidas que provavelmente estavam sendo degustadas um pouco antes do ataque.
     Comecei então minha busca por armas, munição e bebidas, afinal no caos em que o mundo se encontra, só mesmo estando embriagado. Nem parece, mas fazem apenas dez horas desde o primeiro incidente, antes disso, tudo estava tranquilo, eu estava em casa com minha namorada...sinto tanto sua falta, estávamos tranquilos em casa quando de repente surgiu um forte barulho vindo da cozinha.           Ela decidiu averiguar, embora eu tivesse certeza que era aquele gato pulguento aprontando mais uma das suas, Suzan não quis me ouvir, continuei então sentado assistindo TV. Passado alguns minutos ouvi ela gritar, dei um pulo do sofá e corri em direção a cozinha e esse foi meu primeiro contato com esses vermes malditos. Lá estava ele, arrancando um pedaço do pescoço de Suzan, última coisa que ela disse antes de morrer foi meu nome ''Jhon''.
     Fiquei descontrolado, peguei a primeira coisa que encontrei em minha frente, se não me engano era uma panela de pressão, e acertei a cabeça daquela horrenda criatura, ele caiu e eu continuei acertando-o, eu já sabia que se tratava de um zumbi, afinal no mundo em que vivíamos esse era o assunto mais comum nos blogs e redes sociais e o fato de saber o que era me deixou mais triste, pois já sabia o que teria que fazer com a Suzan.
    Depois disso, corri por muitos quilômetros em busca de alguém que não quisesse devorar minha carne, mas foi totalmente inútil. Depois de tanto correr cheguei aqui nesse bar. Estava com um pouco de sorte, pois encontrei uma arma e a mesma estava carregada, provavelmente o dono do estabelecimento nem teve tempo de pega-la. Ouço um barulho vindo da porta que ficava logo atrás de mim. Saquei a arma, embora evitaria atirar, pois eles poderiam me ouvir, abri a porta lentamente e vi uma silhueta passando, mas estava muito rápido para ser um maldito zumbi. Chamei por alguém e logo surgiu por entre as caixas de bebida que se encontravam caídas uma figura feminina, ela estava assustada e segurava uma faca, fiquei feliz pois agora eu não era o único.

Dia 4: Reencontros

     A noite estava sendo longa, a imagem da Tomoko levando aquele tiro não saía da minha cabeça. Resolvi então me levantar e fazer a rond...